Ao mesmo tempo que foi enaltecida a iniciativa conjunta da RTP e da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) ao criarem a gala que premiou as melhores criações de 2009, não foram poupadas críticas ao Governo na cerimónia que teve lugar no Centro Cultural de Belém na noite de segunda-feira.
Vitorino foi um dos mais explícitos e quando subiu ao palco para receber o prémio do seu amigo António Lobo Antunes, cujo romance ‘Que Cavalos São Aqueles Que Fazem Sombra no Mar’ foi considerado a melhor obra de ficção, cantou a "receita para o défice": "Engenheiro Sócrates/Hoje o almoço é tornedó/E depois/Vamos fazer ó-ó".
O músico considera que "a cultura está no fim da linha das prioridades orçamentais de Sócrates". Perante isto, só vê uma saída: "Os sistemas só mudam com grandes revoluções sociais. Neste momento há que mudar tudo. Não temos apoios nenhuns", disse ao CM.
José Jorge Letria, vice-presidente da SPA, acredita que iniciativas como a gala são fundamentais para "enaltecer o trabalho dos autores em Portugal". "Sem autores não pode existir cultura", disse, lembrando o perigo da pirataria e a passividade do Governo perante ataques à propriedade intelectual.
Correio da Manhã